-Não tem brincadeira nenhuma! eu sou seu pai!
-Eu não tenho pai... -Ele mudou seu olhar- Nunca tive... -Lágrimas começaram a cair
-Eu sei que foi tudo muito complicado, mas eu quero conversar com você...
-Complicado? -O interrompi- Você faz ideia do que passamos? do quanto sofremos?
-Eu vou te explicar tudo... -Tentava me acalmar
-Explicar o que? que depois de uma noite com sua empregada, você a engravidou, teve medo de se tornar uma vergonha para sua família e abandonou ela e a filha na rua? obrigada, mas essa história eu já conheço bem! -Coloquei todo o rancor que guardava dele para fora
-Sou seu pai! você não tem direito de falar assim comigo! sei que está confusa...
-Não estou confusa! estou consciente de tudo que estou dizendo!e você não é meu pai! porque pai é quem cria e da carinho! agradeceria muito se fosse embora e nunca mais voltasse aqui! -O encarei e sai correndo pro meu quarto, o deixando sozinho com minha mãe. Tranquei a porta e me joguei na cama. Aquilo só poderia ser um pesadelo...
-Natalia? eu realmente preciso conversar com você. Por favor filha, abra essa porta... -Ele insistia
-Não tenho nada pra falar com você!
-Eu sei que tem raiva de mim, e que não entende porque fiz vocês duas passarem por tudo isso... mas eu lhe peço, por favor, me deixe explicar, contar o meu lado da história... -Não sabia se devia, mas querendo ou não, ele era meu pai. Me levantei e lentamente abri a porta para ele, que ficou alguns instantes observando meu quarto- Seu quarto é muito lindo... -Murmurou
-Obrigada, tenho que agradecer a minha Mãe -Dei enfase na palavra Mãe- que arrumou tudinho do jeitinho que eu queria...
-Queria poder ter dado isso a você... -Me olhou cabisbaixo
-Tarde de mais! -Falei irônica- E então, vamos direto ao ponto? -Fiz sinal para que ele se sentasse em minha cama enquanto o observava em pé
-Bom, quando eu e sua mãe eramos jovens...
----------------------------------------------------------------------------------------------------
-Ainda trabalhando? -Perguntei sorrindo ao ver Eliane ainda na cozinha
-Me desculpe senhor Max... só vim pegar um copo d'água -Falou timidamente, seu jeito me encantava
-Tudo bem...
-Melhor eu ir... com sua licença... -Ela se afastou para trás e acabou esbarrando na mesa, fazendo com que um pouco de água caísse no chão- Me desculpe! como estou desastrada hoje -Mal conseguia me olhar nos olhos
-Calma! está tudo bem! não precisa ficar assim! -Peguei em seu queixo fazendo com que ela olhasse para mim.
Seu olhos cor de Mel me olhavam profundamente, seus lábios pareciam macios e serenos, a prendi contra a mesa e lentamente fui me aproximando de sua boca, nos beijamos calmamente, e quando olhei novamente em seus olhos, eles tinham um brilho totalmente diferente de todos que já havia visto até então...
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-Seduziu minha mãe... isso explica muito coisa! -Mais uma vez fui irônica
-Você pode não acreditar, mas nós dois tivemos uma longa história de amor...
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-Enfim a sós... -Aproveitei que meus pais não estavam em casa e a levei a meu quarto
-Não sei se devo fazer isso... -Parecia insegura
-Se não estiver preparada eu entendo...
-Eu te amo Max... mas somos de mundos tão diferentes...
-Isso não importa pra mim... Eu também te amo, te amo muito... -A puxei contra meu peito e acabamos caindo juntos na cama, onde tivemos nossa primeira noite de amor...
-------------------------------------------------------------------------------------------------------
-E é ai que eu entro na história...
-Só quero que intenda que eu não enganei sua mãe, naquela época eu fui apaixonado por ela... mas ela estava certa, pertencíamos a mundos diferentes e não havia razões para ficarmos juntos...
-Nem mesmo eu? -Me senti rejeitada
-Isso não vem ao caso...
-Claro que vem! pelo que sei, o caso aqui sou eu!
-Eu sei que durante toda sua vida, você teve má ideias sobre mim...
-E o que você pode fazer para me convencer a mudar de opinião? -Fui mais além
-Queria que você me desse a chance de poder mostrar que sou um bom pai...
-Não acha que é pedir demais? -Provoquei
-Você é igual sua mãe! -Ele sorri- Eu sei que tudo isso ainda é muito novo pra você, lhe darei um tempo para processar todas essas novas informações, mas não vou me afastar mais, quero recuperar todo o tempo que perdi... -Ele se levantou e caminhou até a janela- Você deve pensar que sou incapaz de sentir alguma coisa, mas durante muitos anos eu fiquei pensando: "Como ela deve ser?" "Se parece mais comigo ou com a mãe?" "Como se chama?" "Aonde mora?" "Quando começou a andar?", e muitas outras perguntas simples que invadiam o meu imaginário... -Parecia sincero- Peço desculpas por tudo que fiz vocês duas passarem...
-Você fez falta nas nossas vidas sabia? teve dias que minha mãe deixava de comer pra me alimentar! -Não consegui evitar as lágrimas ao relembrar meu passado- Mas você não sabe o que é isso, sabe? certamente nunca passou necessidades na vida!
-Eu... eu sinceramente sinto muito filha... -Ele me olha e posso notar os seus olhos cheios de lágrimas. Me encara mais alguns segundos e sai em silêncio, será que fui dura demais com ele? ouço a porta se abrir e logo em seguida se fechar, corro até a janela e o vejo entrando no misterioso carro preto... Oh! era ele o tempo todo?!!
-Filha? -Minha mãe entra com os olhos completamente inchados em meu quarto. Caminhei rápido até ela e a abracei com força
-Quando esse pesadelo vai acabar? -Sussurrava em seu ouvido em meio a soluços. Ela apenas respondeu ao meu abraço, certamente aquilo também estava sendo difícil para ela, como estava...
No dia seguinte acordei um pouco mais calma, apesar de ter passado o resto da tarde trancada em meu quarto chorando, eu estava melhor... Tadinho do Luan, ele me ligou umas 100 vezes ontem, mas quem disse que tive coragem de atender? queria contar tudo que estava acontecendo pessoalmente, não é todo dia que um pai que você nem imaginava que fosse ver na vida aparece de repente em sua casa...
Me levantei cuidadosamente e fui até o banheiro. Enquanto escovava os dentes, não pude deixar de notar que estava mega abatida! só maquiagem pra consertar aquilo. Passei um pó bem clarinho, vesti uma calça jeans, a camiseta do colégio, deixei meus cabelos soltos e calcei meu All Star. Peguei minha bolsa, e a deixei um pouco de lado, não estava com a mínima vontade de ir ao colégio naquele dia.
Descia as escadas distraída, quando tive uma grande surpresa! ele estava sentado no sofá, conversando com minha mãe, que estava em pé ao seu lado, quando me viu, ficou um pouco desconcertado:
-Bom dia filha... -Não respondi nada- vamos pro colégio?
-Vamos mãe? -Perguntei a ela que sempre me levava
-Eu faço questão de te levar até lá... -Murmurou
-Por quê? até pouco tempo não se importava! -Eu ainda estava muito magoada, afinal, não foi um dia de decepções, foi uma vida!
-Gostaria de ir conversando com você durante o caminho... vamos? -Olhei para minha mãe, que ligeiramente balançou a cabeça, como se concordasse com a ideia, a abracei e sai para fora o deixando para trás, me encostei na parece e fiquei esperando que ele saísse.
Entramos em seu carro em silêncio, tudo era muito luxuoso, o carro ainda cheirava a novo, e dava-se para notar que era muito organizado:
-Aonde mora? -Perguntei por curiosidade
-Porto, Portugal, umas três a quatro horas de Lisboa... -Nossa! era longe!
-Mora sozinho? -Decidi ir mais fundo
-Não, com minha mulher, e nossos filhos... -Ele havia se casado de novo, e espera ai! eu tinha irmãos?
-Meus irmãos?
-Só o menino... a menina é apenas filha dela, Lucas é fruto de nosso casamento...
-Lucas? -Sorri. E esse tempo todo achando que era filha única
-Hunrum... ele deve ter mais ou menos sua idade... bem, quando me envolvi com sua mãe, eu e minha esposa já estávamos comprometidos...
-Esse foi o motivo pelo qual nos abandonou? -Ele me olhou sem saber o que dizer
-Sim e não... mas chega de falar de mim, quero saber mais sobre você agora...
-Não tem muito o que saber... -Falei me afundando no banco
-Quem era aquele rapaz que estava saindo de mãos dadas com você do colégio?
-Estava me perseguindo?
-Não respondeu minha pergunta! -Falou sério. Ele parecia ser muito autoritário
-Ele é meu namorado... -Falei um pouco tímida
-O quê? -Parou o carro- Quem disse que você tem idade pra namorar?
-A pessoa que deveria dizer isso, não estava "presente" no dia... -Vi que ele se sentiu culpado
-Como ele se chama? -Ia começar um interrogatório
-Luan Rafael
-Aonde mora?
-É meu vizinho... -Vi ele se assustar novamente
-Quantos anos ele tem?
-16...
-O que faz da vida?
-Ele é cantor... -Max riu ironicamente
-Cantor? nas horas vagas suponho... mas o que ele realmente faz?
-Além de estudar, ele canta! é isso que ele gosta de fazer, ele tem o dom...
-Isso lá é profissão? como sua mãe pôde deixar você namorar com um moleque que sonha em ganhar a vida cantando?
-Ele não é moleque! é muito mais homem do que muito marmanjo por ai! pelo menos ele não abandonou ninguém! -Joguei minha indireta
-Vai ficar me lembrando sempre disto? admito que minha atitude não foi correta, mas não sabe o quanto isso me atormentou ao longo dos anos... -Chegamos ao colégio
-Não quero que venha me buscar... prefiro voltar para casa com meus amigos e meu 'namorado' -Fiz questão de provocá-lo com aquela palavra. Desci e caminhei até o portão, onde rapidamente Luan veio ao meu encontro
-Nati! tá tudo bem? -Me abraçou forte- Não retornou minhas ligações! aconteceu algo? -Ele estava muito preocupado
-Você nem faz ideia Luan... -Olhei para meu pai, que nos observava feito um gavião- No recreio te explico tudo... -Peguei em seu braço e o puxei para dentro do colégio...
NARRADO PELA PATRÍCIA
Já havia chegado no colégio a alguns minutos, quando vejo um belíssimo carro preto estacionar em frente ao portão, nunca o havia visto por ali antes:
-Perai, aquela lá não é a novata? -Uma de minhas amigas apontou ao ver que Natalia descia do carro
-É ela mesmo! -Falei espantada
-Quem é aquele em?! -Todas olhávamos curiosas
-Não sei, mas já vamos descobrir... -Vi que Luan veio ao seu encontro, trocaram algumas palavras e entraram, enquanto aquele misterioso homem observava tudo atento, parecia não estar nada satisfeito com aquela cena- Já volto meninas... -Caminhei até seu carro
-Olá, aquela menina que acaba de descer aqui é a Natalia? -Pergunto descontraída
-Sim... conhece ela? -Parecia querer algumas informações. Não pude deixar de notar que era um homem muito elegante e jovem, bem vestido, dava para notar em sua voz que era decidido e firme, além de ser muito lindo
-Claro! sou amiga dela! a gente é colada! kkk -Menti, como sempre. Também queria informações
-Amiga? -Ele sorri de volta- estuda com ela?
-Na mesma sala! sentamos uma ao lado da outra...
-E o Luan? conhece?
-Luan? conheço sim... também estuda com nós...
-Conhece sua família? -Porque todo aquele interesse nele?
-Conheço!
-Ele é um bom rapaz? -Agora tinha que perguntar
-Me desculpe, mas eu nem conheço o senhor! não posso ir contando a vida da minha amiga assim... -Eu era boa nisso
-Que falta de educação a minha! -Estendeu sua mão- Max, pai da Natalia -E desde quando aquela menina tem pai? fiquei sem reação durante alguns segundos
-Ela nunca me disse que tinha pai...
-É uma história complicada...
-Entendo... -Poderia tirar aproveito daquela situação- Respondendo sua pergunta... sim, eu conheço o Luan, não quero magoar minha amiga, mas eu acho ele muito estranho...
-Estanho como?
-Além de querer ganhar a vida com música, que eu particularmente acho ridículo, ele só quer uma coisa das meninas que namora...
-Que tipo de coisa? -Ele era muito formal
-O senhor sabe, sexo, sexo, sexo... -Seus olhos se arregalaram- Tenho muito medo de que minha amiga se machuque, não quero vê-la sofrendo... -Uma falsa lágrima escorreu pelo meu rosto
-Como sabe de tudo isto?
-Ele já é famoso no colégio por fazer isso, quase todas as meninas aqui já passaram por isso... mas a Nati... poxa, ela é tão ingenua! -Estava numa raiva de dizer aquilo- tenho tanto medo que... -Dessa vez muitas lágrimas caíram
-Não com minha filha! isso não pode ficar assim...
-O senhor tem que ter calma... não pode fazer nada precipitado, já expliquei isso a ela várias vezes, mas ela não me ouve! se o senhor quer realmente ajuda-la, não faça nada correndo, eu e seus outros amigos podemos ajudar com isso... -Apontei para as meninas que ainda me observavam de longe, e ao notar minha reação, acenaram de volta
-A senhorita tem celular? -Perguntou
-Tenho sim... anote ai... -Citei todos os números
-Obrigado querida... como se chama?
-Isabella... -Claro que não daria meu nome real
-Certo Isabella, muito obrigado, manterei contato...
-Certo, tudo o que quero e ver minha amiga feliz...
-Até breve...
-Até... -Se despediu e saiu
-Quem era Paty? -Uma de minhas amigas perguntou
-Quem diria... a novata não nasceu de chocadeira... -Sorria irônica para o horizonte
NARRADO PELA NATALIA
-Atrasada senhorita Patrícia... -O professor a repreendeu assim que entrou na sala
-Desculpe professor... -Passou por mim sorrindo e foi se sentar
-Ela me assusta... -Sussurrei para Luan
-Enquanto estiver do seu lado não precisa ter medo... -Segurou minha mão.
As outras aulas passaram rapidamente, até que finalmente o sinal para o recreio tocou. Pedi que Luan me acompanhasse até o ginásio, lá não teria ninguém, seria melhor para falar de um assunto tão delicado, quanto a Isabella? contaria tudo a ela depois, não queria estragar seus recreio com meus problemas:
-O que queria me dizer? -Luan perguntou se sentando ao meu lado na arquibancada
-Lembra, quando te disse que meu pai havia abandonado eu e minha mãe? antes mesmo de eu nascer e...
-Claro que lembro! até hoje ainda acho que ele não faz ideia do que perdeu... mas, o que isso tem haver com o que quer me contar?
-Bom... ele apareceu... -Luan me olhava assustado, parecia não estar acreditando no que eu havia acabado de dizer, eu mesma ainda não estava acreditando naquilo...
Taram! quase 02:00 da manhã e eu escrevendo esse capítulo! tentei caprichar pra vcs! espero que tenham gostado ;) ... Esse foi dramático em?! :X o que vcs acharam do pai dela? como o Luan vai reagir? e o que a Patrícia vai aprontar? ... 18 comentários e posto o próximo capítulo! quem tiver sugestões, pode mandar pra cá! (ANÔNIMOS SE IDENTIFIQUEM) Bjkas! ;)
-Se não estiver preparada eu entendo...
-Eu te amo Max... mas somos de mundos tão diferentes...
-Isso não importa pra mim... Eu também te amo, te amo muito... -A puxei contra meu peito e acabamos caindo juntos na cama, onde tivemos nossa primeira noite de amor...
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-E é ai que eu entro na história...
-Só quero que intenda que eu não enganei sua mãe, naquela época eu fui apaixonado por ela... mas ela estava certa, pertencíamos a mundos diferentes e não havia razões para ficarmos juntos...
-Nem mesmo eu? -Me senti rejeitada
-Isso não vem ao caso...
-Claro que vem! pelo que sei, o caso aqui sou eu!
-Eu sei que durante toda sua vida, você teve má ideias sobre mim...
-E o que você pode fazer para me convencer a mudar de opinião? -Fui mais além
-Queria que você me desse a chance de poder mostrar que sou um bom pai...
-Não acha que é pedir demais? -Provoquei
-Você é igual sua mãe! -Ele sorri- Eu sei que tudo isso ainda é muito novo pra você, lhe darei um tempo para processar todas essas novas informações, mas não vou me afastar mais, quero recuperar todo o tempo que perdi... -Ele se levantou e caminhou até a janela- Você deve pensar que sou incapaz de sentir alguma coisa, mas durante muitos anos eu fiquei pensando: "Como ela deve ser?" "Se parece mais comigo ou com a mãe?" "Como se chama?" "Aonde mora?" "Quando começou a andar?", e muitas outras perguntas simples que invadiam o meu imaginário... -Parecia sincero- Peço desculpas por tudo que fiz vocês duas passarem...
-Você fez falta nas nossas vidas sabia? teve dias que minha mãe deixava de comer pra me alimentar! -Não consegui evitar as lágrimas ao relembrar meu passado- Mas você não sabe o que é isso, sabe? certamente nunca passou necessidades na vida!
-Eu... eu sinceramente sinto muito filha... -Ele me olha e posso notar os seus olhos cheios de lágrimas. Me encara mais alguns segundos e sai em silêncio, será que fui dura demais com ele? ouço a porta se abrir e logo em seguida se fechar, corro até a janela e o vejo entrando no misterioso carro preto... Oh! era ele o tempo todo?!!
-Filha? -Minha mãe entra com os olhos completamente inchados em meu quarto. Caminhei rápido até ela e a abracei com força
-Quando esse pesadelo vai acabar? -Sussurrava em seu ouvido em meio a soluços. Ela apenas respondeu ao meu abraço, certamente aquilo também estava sendo difícil para ela, como estava...
No dia seguinte acordei um pouco mais calma, apesar de ter passado o resto da tarde trancada em meu quarto chorando, eu estava melhor... Tadinho do Luan, ele me ligou umas 100 vezes ontem, mas quem disse que tive coragem de atender? queria contar tudo que estava acontecendo pessoalmente, não é todo dia que um pai que você nem imaginava que fosse ver na vida aparece de repente em sua casa...
Me levantei cuidadosamente e fui até o banheiro. Enquanto escovava os dentes, não pude deixar de notar que estava mega abatida! só maquiagem pra consertar aquilo. Passei um pó bem clarinho, vesti uma calça jeans, a camiseta do colégio, deixei meus cabelos soltos e calcei meu All Star. Peguei minha bolsa, e a deixei um pouco de lado, não estava com a mínima vontade de ir ao colégio naquele dia.
Descia as escadas distraída, quando tive uma grande surpresa! ele estava sentado no sofá, conversando com minha mãe, que estava em pé ao seu lado, quando me viu, ficou um pouco desconcertado:
-Bom dia filha... -Não respondi nada- vamos pro colégio?
-Vamos mãe? -Perguntei a ela que sempre me levava
-Eu faço questão de te levar até lá... -Murmurou
-Por quê? até pouco tempo não se importava! -Eu ainda estava muito magoada, afinal, não foi um dia de decepções, foi uma vida!
-Gostaria de ir conversando com você durante o caminho... vamos? -Olhei para minha mãe, que ligeiramente balançou a cabeça, como se concordasse com a ideia, a abracei e sai para fora o deixando para trás, me encostei na parece e fiquei esperando que ele saísse.
Entramos em seu carro em silêncio, tudo era muito luxuoso, o carro ainda cheirava a novo, e dava-se para notar que era muito organizado:
-Aonde mora? -Perguntei por curiosidade
-Porto, Portugal, umas três a quatro horas de Lisboa... -Nossa! era longe!
-Mora sozinho? -Decidi ir mais fundo
-Não, com minha mulher, e nossos filhos... -Ele havia se casado de novo, e espera ai! eu tinha irmãos?
-Meus irmãos?
-Só o menino... a menina é apenas filha dela, Lucas é fruto de nosso casamento...
-Lucas? -Sorri. E esse tempo todo achando que era filha única
-Hunrum... ele deve ter mais ou menos sua idade... bem, quando me envolvi com sua mãe, eu e minha esposa já estávamos comprometidos...
-Esse foi o motivo pelo qual nos abandonou? -Ele me olhou sem saber o que dizer
-Sim e não... mas chega de falar de mim, quero saber mais sobre você agora...
-Não tem muito o que saber... -Falei me afundando no banco
-Quem era aquele rapaz que estava saindo de mãos dadas com você do colégio?
-Estava me perseguindo?
-Não respondeu minha pergunta! -Falou sério. Ele parecia ser muito autoritário
-Ele é meu namorado... -Falei um pouco tímida
-O quê? -Parou o carro- Quem disse que você tem idade pra namorar?
-A pessoa que deveria dizer isso, não estava "presente" no dia... -Vi que ele se sentiu culpado
-Como ele se chama? -Ia começar um interrogatório
-Luan Rafael
-Aonde mora?
-É meu vizinho... -Vi ele se assustar novamente
-Quantos anos ele tem?
-16...
-O que faz da vida?
-Ele é cantor... -Max riu ironicamente
-Cantor? nas horas vagas suponho... mas o que ele realmente faz?
-Além de estudar, ele canta! é isso que ele gosta de fazer, ele tem o dom...
-Isso lá é profissão? como sua mãe pôde deixar você namorar com um moleque que sonha em ganhar a vida cantando?
-Ele não é moleque! é muito mais homem do que muito marmanjo por ai! pelo menos ele não abandonou ninguém! -Joguei minha indireta
-Vai ficar me lembrando sempre disto? admito que minha atitude não foi correta, mas não sabe o quanto isso me atormentou ao longo dos anos... -Chegamos ao colégio
-Não quero que venha me buscar... prefiro voltar para casa com meus amigos e meu 'namorado' -Fiz questão de provocá-lo com aquela palavra. Desci e caminhei até o portão, onde rapidamente Luan veio ao meu encontro
-Nati! tá tudo bem? -Me abraçou forte- Não retornou minhas ligações! aconteceu algo? -Ele estava muito preocupado
-Você nem faz ideia Luan... -Olhei para meu pai, que nos observava feito um gavião- No recreio te explico tudo... -Peguei em seu braço e o puxei para dentro do colégio...
NARRADO PELA PATRÍCIA
Já havia chegado no colégio a alguns minutos, quando vejo um belíssimo carro preto estacionar em frente ao portão, nunca o havia visto por ali antes:
-Perai, aquela lá não é a novata? -Uma de minhas amigas apontou ao ver que Natalia descia do carro
-É ela mesmo! -Falei espantada
-Quem é aquele em?! -Todas olhávamos curiosas
-Não sei, mas já vamos descobrir... -Vi que Luan veio ao seu encontro, trocaram algumas palavras e entraram, enquanto aquele misterioso homem observava tudo atento, parecia não estar nada satisfeito com aquela cena- Já volto meninas... -Caminhei até seu carro
-Olá, aquela menina que acaba de descer aqui é a Natalia? -Pergunto descontraída
-Sim... conhece ela? -Parecia querer algumas informações. Não pude deixar de notar que era um homem muito elegante e jovem, bem vestido, dava para notar em sua voz que era decidido e firme, além de ser muito lindo
-Claro! sou amiga dela! a gente é colada! kkk -Menti, como sempre. Também queria informações
-Amiga? -Ele sorri de volta- estuda com ela?
-Na mesma sala! sentamos uma ao lado da outra...
-E o Luan? conhece?
-Luan? conheço sim... também estuda com nós...
-Conhece sua família? -Porque todo aquele interesse nele?
-Conheço!
-Ele é um bom rapaz? -Agora tinha que perguntar
-Me desculpe, mas eu nem conheço o senhor! não posso ir contando a vida da minha amiga assim... -Eu era boa nisso
-Que falta de educação a minha! -Estendeu sua mão- Max, pai da Natalia -E desde quando aquela menina tem pai? fiquei sem reação durante alguns segundos
-Ela nunca me disse que tinha pai...
-É uma história complicada...
-Entendo... -Poderia tirar aproveito daquela situação- Respondendo sua pergunta... sim, eu conheço o Luan, não quero magoar minha amiga, mas eu acho ele muito estranho...
-Estanho como?
-Além de querer ganhar a vida com música, que eu particularmente acho ridículo, ele só quer uma coisa das meninas que namora...
-Que tipo de coisa? -Ele era muito formal
-O senhor sabe, sexo, sexo, sexo... -Seus olhos se arregalaram- Tenho muito medo de que minha amiga se machuque, não quero vê-la sofrendo... -Uma falsa lágrima escorreu pelo meu rosto
-Como sabe de tudo isto?
-Ele já é famoso no colégio por fazer isso, quase todas as meninas aqui já passaram por isso... mas a Nati... poxa, ela é tão ingenua! -Estava numa raiva de dizer aquilo- tenho tanto medo que... -Dessa vez muitas lágrimas caíram
-Não com minha filha! isso não pode ficar assim...
-O senhor tem que ter calma... não pode fazer nada precipitado, já expliquei isso a ela várias vezes, mas ela não me ouve! se o senhor quer realmente ajuda-la, não faça nada correndo, eu e seus outros amigos podemos ajudar com isso... -Apontei para as meninas que ainda me observavam de longe, e ao notar minha reação, acenaram de volta
-A senhorita tem celular? -Perguntou
-Tenho sim... anote ai... -Citei todos os números
-Obrigado querida... como se chama?
-Isabella... -Claro que não daria meu nome real
-Certo Isabella, muito obrigado, manterei contato...
-Certo, tudo o que quero e ver minha amiga feliz...
-Até breve...
-Até... -Se despediu e saiu
-Quem era Paty? -Uma de minhas amigas perguntou
-Quem diria... a novata não nasceu de chocadeira... -Sorria irônica para o horizonte
NARRADO PELA NATALIA
-Atrasada senhorita Patrícia... -O professor a repreendeu assim que entrou na sala
-Desculpe professor... -Passou por mim sorrindo e foi se sentar
-Ela me assusta... -Sussurrei para Luan
-Enquanto estiver do seu lado não precisa ter medo... -Segurou minha mão.
As outras aulas passaram rapidamente, até que finalmente o sinal para o recreio tocou. Pedi que Luan me acompanhasse até o ginásio, lá não teria ninguém, seria melhor para falar de um assunto tão delicado, quanto a Isabella? contaria tudo a ela depois, não queria estragar seus recreio com meus problemas:
-O que queria me dizer? -Luan perguntou se sentando ao meu lado na arquibancada
-Lembra, quando te disse que meu pai havia abandonado eu e minha mãe? antes mesmo de eu nascer e...
-Claro que lembro! até hoje ainda acho que ele não faz ideia do que perdeu... mas, o que isso tem haver com o que quer me contar?
-Bom... ele apareceu... -Luan me olhava assustado, parecia não estar acreditando no que eu havia acabado de dizer, eu mesma ainda não estava acreditando naquilo...
Taram! quase 02:00 da manhã e eu escrevendo esse capítulo! tentei caprichar pra vcs! espero que tenham gostado ;) ... Esse foi dramático em?! :X o que vcs acharam do pai dela? como o Luan vai reagir? e o que a Patrícia vai aprontar? ... 18 comentários e posto o próximo capítulo! quem tiver sugestões, pode mandar pra cá! (ANÔNIMOS SE IDENTIFIQUEM) Bjkas! ;)